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Uma boa altura para ensinar as criança a poupar

Pediatra defende que crise é um bom pretexto para ensinar os mais pequenos a distinguir entre o essencial e o acessório

A crise pode servir para as famílias repensarem as prioridades de consumo e para evitar o desperdício, sendo também um pretexto para ensinar as crianças a distinguir entre o essencial e o acessório, defende o pediatra Mário Cordeiro, escreve a Lusa.

«É uma excelente altura para mostrar às crianças que, por exemplo, uma ida a um parque colher folhas secas, fazer colagens ou apanhar pedras e pintar, ou ir a uma praia apanhar conchas, podem ser actividades de "custo zero" que dão prazer e conhecimento, entretenimento e gozo e que não se compram», comenta o especialista em desenvolvimento infantil.

Com excepção para as famílias em situações limite, a crise pode ser uma forma para refletir sobre o que se gasta em consumos desnecessários.

As próprias crianças têm de aprender a valorizar o que é essencial e a perceber que não são mais felizes por terem mais roupa ou brinquedos, diz Mário Cordeiro.

O pediatra adianta ainda que a crise resulta também da ganância do «quero tudo, já!», que desemboca no consumo de bens apenas para ostentar um determinado estilo de vida.

E deve explicar-se a crise às crianças? Cordeiro defende que sim, porque é importante que elas percebam que os pais têm menos poder de compra.

Apesar disso, também devem sentir que isso não vai afectar o bem-estar ou as suas necessidades básicas, associadas ao sentimento de cuidar e de proteger.

«Explicar com a verdade, sem entrar em pormenores ou áreas que eventualmente as crianças não compreendam. Mas deve dar-se uma noção das causas e consequências e da interdependência dos vários fenómenos», explica.

Para Mário Cordeiro, o impacto psicológico da crise será maior se os pais se lamuriarem e vitimizarem perante as crianças: «isso dá-lhes uma impressão que terem pais que não conduzem o barco e que não os protegem ou não promovem segurança».

in Agência Financeira

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